Lavagem de mosto

A dreche (bagaço de malte) ainda contém uma considerável quantidade de açúcares que ficaram adsorvidos. Podem não terem sido solubilizados no mosto devido a concentração de açúcares ter atingido a saturação. É preciso lavar, para elevar o rendimento da brassagem.

Pode-se destacar 5 métodos de lavagem:

Lavagem contínua: a água quente de lavagem é adicionada na mesma velocidade em que o mosto é drenado. Á agua não deve estar acima de 79ºC para que não haja excesso na extração de taninos. Mantendo-se sempre um lençol d’água (≈ 2,5 cm) sob a cama de grãos. A lavagem acaba quando a densidade for ≤ 1,008 ou o pretendido volume de mosto foi coletado. Usualmente é método que resulta em melhor rendimento.

Lavagem em lote: consiste em adicionar um grande volume de água de uma vez só, e não gradualmente. Na prática, o primeiro mosto é recirculado e drenado completamente, então um segundo volume de água é adicionado e misturado por um curto período de tempo (ex.: 15 min). Deixa-se a cama de grão assentar, e então, este segundo mosto é recirculado e drenado. Normalmente, consegue-se melhor eficiência no método ao trabalhar com volumes iguais de 1º e 2º mostos. Para isso, é necessário fazer os cálculos de água a adicionar (tanto ao 1º, quanto no 2º mosto), levando-se em consideração o volume de mosto para a fervura, a quantidade de água que fica retida nos grãos e a razão água/ grão da mostura. É um pouco menos eficiente que a lavagem contínua e pode levar a maior extração de taninos (principalmente se o ph do segundo mosto subir acima dos 6,0), mas é conveniente se não houver um segundo tanke de água quente ou possibilidade de fluxo contínuo por gravidade.

Parti-Gyle: Um primeiro mosto é drenado completamente, e mais água é adicionado para uma segunda mostura e drenagem. Tipicamente, o 1º mosto é preparado para alcançar uma densidade ≥ 1,080, e produzir uma ”cerveja de guarda”. O 2º mosto produzirá uma cerveja mais leve (session beer). É comum adicionar mais uma pequqna quantidade de malte ao segundo mosto. O método permite fazer mais de uma cerveja à partir da mesma moagem/ mostura. Os mostos podem servir para duas cervejas diferentes, mas também podem ser combinados (blended) antes da fervura, ou da fermentação, para fabricação de inúmeros diferentes produtos. Entretanto, mais equipamentos de fervura e fermentação podem ser necessários.

Sem lavagem: método menos eficiente, mas mais simples e imune a qualquer extração de taninos que possa haver durante o processo de lavagem. Acaba por ser apenas um processo de drenagem do mosto. Pode ser feita planejada de algumas maneiras para que se atinja o volume de cerveja desejado. Trabalhar com uma razão de água por grão que já previna o volume de mosto que será drenado. Este “extra” d´água pode ser adicionado no início ou ao final da mostura, mas também pode ser adicionado após, no momento da fervura.

Brew-in-a-Bag (BIAB): o malte é mantido dentro de um saco de brassagem (brew bag), que é removido da panela (já panela de fervura) no fim da mostura, permitindo-se a drenagem do mosto e descarte da dreche. A mostura é feita com todo o volume de água necessário até chegar ao pretendido na cerveja (deve-se fazer o cáluculo das perdas em cada etapa). Não é feita a lavagem, apenas drenagem ao erguer o saco de brassagem. Neste método, a quantidade de mosto retido nos grãos é, tipicamente, metade em comparação às outras formas de lavagem (≈ 0,5 L/kg). Isto devido a pressão que o peso do grão faz no saco de brasagem erguido. O método não depende de um fluxo de água, nem da formação de cama de grãos para melhor extração. Permitindo a utilização de moagens mais finas para obtenção de melhores rendimentos. Contudo, devido à alta proporção de água por grão, fica mais suceptível às propriedades químicas d’água que outros métodos. BIAB geralmente produz cervejas mais turvas que o método de lavagem contínua. Necessita menos equipamento, mas dependendo do volume, pode haver a necessidade de uma alavanca para auxiliar erguer e manter o saco de brassagem.


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